A formalização da união estável é um passo importante para casais que desejam garantir direitos e deveres legais em sua convivência. Embora muitos casais optem por viver juntos sem oficializar sua relação, a formalização traz uma série de benefícios que podem proporcionar maior segurança jurídica e proteção para ambos os parceiros.
Entre os benefícios da formalização da união estável estão o reconhecimento legal da relação, que facilita a obtenção de direitos previdenciários, como pensão por morte e inclusão em planos de saúde, além de assegurar direitos patrimoniais em caso de separação. A formalização também estabelece deveres de assistência mútua e responsabilidade com o patrimônio comum, oferecendo uma base sólida para a convivência.
Além disso, a união estável formalizada facilita a tomada de decisões conjuntas em situações legais e médicas, garantindo que a vontade de ambos os parceiros seja respeitada em momentos críticos. Dessa forma, formalizar a união estável é um ato que fortalece o compromisso e proporciona maior tranquilidade para o casal.
O que é união estável?
A união estável é definida pela legislação brasileira como uma relação de convivência pública, contínua e duradoura entre duas pessoas, estabelecida com o objetivo de constituição de família. Diferente do casamento, que requer um processo formal com cerimônia e registro civil, a união estável é caracterizada pela convivência do casal, sem a necessidade de uma formalização inicial, embora sua oficialização possa ser feita posteriormente.
A principal diferença entre união estável e casamento está na formalidade do vínculo. O casamento requer um procedimento específico, com a realização de uma cerimônia civil e registro em cartório. Já a união estável, embora possa ser oficializada através de escritura pública ou contrato particular, não exige uma cerimônia formal. Ambos os regimes oferecem direitos e deveres similares, incluindo a partilha de bens, direitos sucessórios e previdenciários, mas a forma de constituição e dissolução difere entre eles. A união estável é reconhecida juridicamente desde que atenda aos requisitos de publicidade, continuidade, durabilidade e objetivo de constituição familiar, enquanto o casamento é um ato solene e formal desde o início.
Requisitos para formalização
Para formalizar uma união estável no Brasil, é necessário atender a alguns critérios e requisitos legais. Primeiramente, qualquer casal, independentemente de orientação sexual, pode formalizar uma união estável. A legislação brasileira garante este direito, assegurando igualdade de tratamento para casais heterossexuais e homoafetivos.
Os critérios legais incluem a capacidade civil de ambos os parceiros, ou seja, ambos devem ser maiores de 18 anos ou, se menores, emancipados. Além disso, nenhum dos parceiros pode estar legalmente casado com outra pessoa, a não ser que o casamento anterior tenha sido devidamente dissolvido.
Para a formalização, é imprescindível que a união seja pública, contínua e duradoura, além de ter o objetivo de constituição de família. Isso significa que o casal deve viver de forma notória como uma entidade familiar, demonstrando estabilidade e permanência na relação.
Por fim, a documentação necessária para a formalização inclui os documentos de identidade (RG e CPF) e comprovante de residência de ambos os parceiros. Em alguns casos, podem ser solicitados outros documentos complementares, como certidões de nascimento ou de casamento anterior com a devida averbação de divórcio. A formalização pode ser feita por meio de escritura pública em cartório ou por contrato particular, com posterior registro no cartório de registro civil.
Documentos necessários
Para formalizar uma união estável no Brasil, é essencial reunir e organizar corretamente a documentação exigida. A lista de documentos pode variar ligeiramente de um cartório para outro, mas geralmente inclui:
- Documento de identidade: RG e CPF de ambos os parceiros.
- Comprovante de residência: Recentes e em nome dos parceiros, para comprovar o endereço.
- Certidão de nascimento ou casamento com averbação de divórcio: No caso de um dos parceiros já ter sido casado, é necessário apresentar a certidão de casamento com a devida averbação do divórcio.
Além desses documentos básicos, alguns cartórios podem solicitar:
- Declaração de estado civil: Um documento que confirma que ambos os parceiros são solteiros, divorciados ou viúvos.
- Declaração de união estável: Um documento em que o casal declara que vive em união estável, público, contínuo e duradouro com o objetivo de constituição de família.
Dicas para organizar a documentação
- Antecipação: Reúna todos os documentos necessários com antecedência. Isso evita atrasos e garante que tudo esteja em ordem quando for ao cartório.
- Verificação: Verifique se os documentos estão atualizados e legíveis. Documentos danificados ou com informações desatualizadas podem não ser aceitos.
- Cópias: Faça cópias autenticadas dos documentos, se necessário. Alguns cartórios podem exigir cópias além dos originais.
- Consultas: Entre em contato com o cartório onde pretende formalizar a união estável para confirmar a lista de documentos e qualquer exigência específica. Cada cartório pode ter requisitos adicionais ou diferentes.
Seguir essas dicas ajudará a garantir que o processo de formalização da união estável seja rápido e sem complicações, permitindo que o casal usufrua dos benefícios legais e direitos garantidos pela formalização.
Passo a passo para formalização
Passo 1: Consulta a um advogado ou tabelião
O primeiro passo para formalizar uma união estável é consultar um advogado ou tabelião. Esses profissionais podem fornecer orientação sobre os requisitos legais e os documentos necessários. Além disso, eles ajudam a esclarecer dúvidas sobre os direitos e deveres decorrentes da união estável.
Passo 2: Elaboração do contrato de convivência
Após a consulta, o próximo passo é a elaboração do contrato de convivência. Este documento especifica os termos da união estável, incluindo aspectos financeiros, regime de bens e outras disposições importantes. O contrato de convivência não é obrigatório, mas é altamente recomendável para evitar conflitos futuros. O advogado pode auxiliar na redação do contrato, garantindo que ele esteja em conformidade com a legislação vigente.
Passo 3: Registro do contrato no cartório
Uma vez elaborado, o contrato de convivência deve ser registrado em um cartório de notas. Esse registro dá publicidade ao documento, tornando-o oficialmente reconhecido. O processo de registro envolve a apresentação dos documentos pessoais dos parceiros e do contrato de convivência assinado. O tabelião então oficializa o registro, garantindo a validade legal do contrato.
Passo 4: Declaração de união estável em cartório
Embora não seja obrigatório, alguns casais optam por fazer uma declaração de união estável em cartório. Essa declaração pode ser feita mesmo sem um contrato de convivência e serve como prova oficial da união. A declaração é registrada em um livro específico do cartório, e o casal recebe uma certidão que pode ser usada para comprovar a união estável em diversas situações, como na obtenção de benefícios previdenciários ou na partilha de bens.
Seguir esses passos ajuda a formalizar a união estável de maneira correta e legal, garantindo todos os direitos e benefícios associados.
Custos envolvidos
Taxas de cartório
A formalização de uma união estável no Brasil envolve alguns custos, sendo as taxas de cartório um dos principais. Essas taxas podem variar conforme o estado e o cartório escolhido. Em geral, a taxa para registrar o contrato de convivência ou a declaração de união estável é relativamente acessível, mas é importante verificar os valores específicos no cartório local para evitar surpresas.
Honorários advocatícios
Além das taxas de cartório, pode haver honorários advocatícios, caso o casal opte por consultar um advogado para a elaboração do contrato de convivência. O custo dos honorários varia dependendo da complexidade do contrato e da reputação do advogado. Consultar um advogado pode ser um investimento valioso para garantir que todos os aspectos legais sejam devidamente abordados e que o contrato esteja em conformidade com a legislação vigente.
Formalizar a união estável com a ajuda de um profissional pode oferecer mais segurança jurídica ao casal, especialmente em situações que envolvam a divisão de bens e direitos patrimoniais. É importante considerar esses custos no planejamento financeiro ao decidir formalizar a união estável.
Como alterar ou dissolver a união Estável
Procedimentos para alteração de termos
Alterar os termos de uma união estável é um procedimento relativamente simples, mas que requer a observância de alguns passos importantes. Caso o casal decida modificar algum aspecto do contrato de convivência, como cláusulas relacionadas à divisão de bens, é necessário redigir um aditivo ao contrato original. Este aditivo deve ser elaborado preferencialmente com o auxílio de um advogado para garantir que todas as mudanças estejam em conformidade com a legislação vigente. Após a redação do aditivo, o documento deve ser registrado no cartório, onde o contrato original foi arquivado.
Passo a passo para a dissolução
A dissolução de uma união estável pode ocorrer de forma amigável ou litigiosa. Nos casos amigáveis, o processo é mais simples e menos oneroso. Veja abaixo o passo a passo para a dissolução:
- Acordo amigável: Se o casal concordar com os termos da separação, devem redigir um acordo detalhando a divisão de bens, guarda dos filhos, e qualquer outra questão pertinente. Este acordo pode ser feito com o auxílio de um advogado para garantir a legalidade do documento.
- Registro do acordo: Com o acordo redigido, o casal deve registrar o documento em um cartório de notas. Este passo formaliza a dissolução e garante que o acordo tenha força legal.
- Homologação judicial (se necessário): Em casos que envolvam filhos menores ou se o casal preferir uma garantia adicional de legalidade, o acordo deve ser homologado por um juiz. Esse processo pode ser iniciado por meio de um pedido conjunto ao tribunal.
- Dissolução litigiosa: Se não houver acordo entre as partes, a dissolução deverá ser resolvida judicialmente. Nesse caso, cada parte deve contratar um advogado e o processo segue para uma decisão judicial, onde um juiz determinará a divisão dos bens e a guarda dos filhos.
Alterar ou dissolver uma união estável requer atenção aos detalhes legais para garantir que todos os direitos e deveres das partes envolvidas sejam respeitados. Consultar um advogado pode ser fundamental para navegar por esses processos de forma eficiente e em conformidade com a lei.
Conclusão
A formalização de uma união estável no Brasil é um passo significativo para garantir os direitos e deveres dos parceiros. Ao longo deste artigo, discutimos o que é uma união estável, os requisitos legais, os documentos necessários e o passo a passo para formalizar essa união. Também abordamos os custos envolvidos e como alterar ou dissolver a união, ressaltando a importância de um processo bem documentado e legalmente reconhecido.
Formalizar a união estável traz segurança jurídica e benefícios legais, como direitos sucessórios e previdenciários, além de facilitar a resolução de questões patrimoniais e familiares. É fundamental que os parceiros estejam bem informados sobre as implicações legais e busquem orientação profissional quando necessário para garantir que todos os procedimentos sejam realizados corretamente.
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FAQ – Perguntas Frequentes
O que é necessário para comprovar união estável?
Para comprovar a união estável, é necessário apresentar evidências de uma convivência pública, contínua e duradoura com o objetivo de constituir família. Documentos como contas conjuntas, apólices de seguro onde o parceiro é beneficiário, fotos, correspondências, e testemunhos de amigos e familiares podem ser utilizados. Além disso, um contrato de convivência registrado em cartório pode formalizar a união e garantir direitos legais.
Quanto tempo demora um processo de reconhecimento de união estável?
O tempo para o reconhecimento de uma união estável pode variar conforme a complexidade do caso e a disponibilidade de documentação. Em geral, se os documentos e provas necessários estiverem em ordem, o processo pode ser concluído em algumas semanas. No entanto, processos mais complexos ou disputados podem levar vários meses.
Quem tem direito a união estável gratuita?
A união estável gratuita pode ser acessível para casais de baixa renda que não podem arcar com os custos de formalização em cartório. Normalmente, é necessário comprovar a insuficiência de recursos financeiros para se qualificar para esse benefício. Cada estado pode ter suas próprias regras e procedimentos, então é importante verificar as exigências locais.
Tem como fazer união estável pela internet?
Atualmente, a formalização de uma união estável ainda requer a presença física dos parceiros em um cartório para assinar o contrato de convivência. No entanto, algumas etapas preliminares, como a preparação de documentos e a consulta com advogados, podem ser feitas pela internet. Verifique se o cartório local oferece algum serviço online para facilitar o processo.
Qual valor de união estável 2024?
O valor para formalizar uma união estável em 2024 pode variar dependendo do estado e do cartório. Em geral, os custos incluem taxas de cartório para o registro do contrato de convivência, que podem variar entre R$ 100 e R$ 400. Adicionalmente, se os serviços de um advogado forem utilizados, haverá honorários advocatícios. É sempre recomendável verificar diretamente com o cartório local para obter informações precisas e atualizadas.