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Padrasto paga pensão? Entenda o que a lei diz sobre o assunto

Padrasto paga pensão para o enteado? Saiba quando a relação de afeto se transforma em um dever legal e gera obrigações. Conheça as leis e seus direitos.

A formação de novas famílias traz consigo novas dinâmicas e, claro, muitas dúvidas jurídicas. Uma das mais comuns que vemos é: “meu novo parceiro tem obrigação de pagar pensão para o meu filho?”. A figura do padrasto é central em muitos lares, mas qual é o seu papel perante a lei?

A resposta curta é que o padrasto não tem, a princípio, o dever de pagar pensão. Contudo, como no Direito de Família, os laços de afeto podem transformar essa realidade. Vamos entender os detalhes sobre quando padrasto paga pensão.

O que a lei diz sobre o padrasto? Leis sobre pensão e obrigações

De acordo com a legislação brasileira, a obrigação de pagar pensão alimentícia é, primariamente, dos pais biológicos. O Artigo 1.696 do Código Civil é claro ao estabelecer que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos. O padrasto não entra, por padrão, nessa relação obrigacional.

A responsabilidade principal pelo sustento da criança continua sendo do pai e da mãe, independentemente de quem eles se relacionem posteriormente.

Tipos de pensão a considerar

Neste contexto, é fundamental diferenciar as duas origens possíveis do dever de alimentar:

  1. Pensão alimentícia legal: É a pensão tradicional, paga pelo pai ou mãe biológica em decorrência do poder familiar e do vínculo de sangue.
  2. Pensão socioafetiva: É a pensão que surge de um vínculo de afeto, quando o padrasto assume o papel de pai e essa relação é reconhecida pela Justiça.

Pensão socioafetiva: a exceção que muda tudo

Aqui está o ponto central da questão. A pensão socioafetiva é a obrigação alimentar que nasce da paternidade socioafetiva. Isso acontece quando o padrasto, por vontade própria, transcende seu papel e passa a agir e a ser visto por todos como o verdadeiro pai da criança.

Essa paternidade de afeto, uma vez comprovada e reconhecida judicialmente, equipara-se à paternidade biológica para todos os efeitos legais, conforme entendimento pacificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Veja também: Declarar pensão alimentícia no imposto de renda: guia completo

Afinal, padrasto paga pensão?

Em regra, não. A obrigação legal de sustento é dos pais biológicos. Contudo, se o padrasto se tornou também um pai socioafetivo, a resposta muda para sim. A obrigação não nasce do casamento ou união com a mãe, mas sim da relação paternal construída diretamente com a criança.

Quando o padrasto tem que pagar pensão?

A obrigação de pagar pensão surge quando a paternidade socioafetiva é declarada por um juiz. Isso ocorre em situações como:

  1. Quando o padrasto trata a criança como filho, assumindo sua criação, educação e sustento de forma voluntária e consistente.
  2. Quando a criança o reconhece como pai e é publicamente conhecido como tal (na escola, no círculo de amigos, na família).
  3. Quando há provas claras de que ele assumiu o lugar da figura paterna na vida da criança.

Veja também: 

  1. Mãe pode perder a guarda do filho? Entenda os motivos e tire suas dúvidas
  2. Pai pode perder a guarda do filho? Conheça os motivos e tire dúvidas

Como evitar a pensão socioafetiva?

A melhor forma de evitar uma futura discussão sobre o tema é manter os papéis bem definidos. A “prevenção” consiste em não assumir para si uma paternidade que não se deseja. Isso não significa não ter carinho ou não ajudar, mas sim deixar claro que a figura de pai pertence ao genitor biológico.

Atos como registrar a criança em seu nome ou se apresentar publicamente como pai são os principais fatores que constituem a paternidade socioafetiva.

É obrigatório pagar a pensão socioafetiva?

Sim. Uma vez que a paternidade socioafetiva é reconhecida pela Justiça e o valor da pensão é fixado em sentença, o pagamento torna-se uma obrigação legal. O não cumprimento pode acarretar as mesmas consequências graves da dívida de pensão biológica, incluindo penhora de bens, protesto do nome e até prisão.

Conclusão: o afeto como gerador de direitos e deveres

Entender a diferença entre o papel de padrasto e o de pai socioafetivo é essencial. A lei protege os laços de afeto, mas a obrigação financeira só surge quando essa relação se estabelece de forma inequívoca e é confirmada pela Justiça.

Se você vive essa realidade e tem dúvidas sobre seus direitos e deveres, seja como padrasto, mãe ou pai biológico, é crucial buscar orientação jurídica. A equipe da Bantim Advogados é especialista em Direito de Família e está pronta para analisar as particularidades do seu caso.

FAQ: Perguntas frequentes sobre padrastro paga pensão

Sou obrigada a pagar pensão para meu enteado? 

A regra é a mesma para a madrasta. Ela não tem a obrigação legal de pagar pensão, a menos que tenha se tornado mãe socioafetiva da criança, com o devido reconhecimento judicial.

Sou obrigado a sustentar meu enteado? 

Legalmente, não há uma obrigação direta de sustento. A responsabilidade é dos pais. No entanto, ao formar uma nova família, é natural que o padrasto contribua com as despesas da casa, o que indiretamente beneficia o enteado, mas isso não se confunde com a obrigação de pensão alimentícia.

Sou obrigado a pagar pensão para o filho da minha namorada? 

Não. A obrigação de pensão não tem nenhuma relação com o namoro. Ela só poderia surgir, excepcionalmente, se essa relação evoluísse para uma união estável/casamento e, paralelamente, você desenvolvesse um vínculo de pai socioafetivo com a criança.

O que é a pensão alimentícia por afeto? 

É exatamente a mesma coisa que a pensão socioafetiva. Trata-se da obrigação de pagar alimentos que não derivam de um vínculo biológico, mas sim de uma relação de paternidade ou maternidade construída com base no afeto e no cuidado.

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